Empregar tecnologias de exames de imagens já consolidadas é uma saída para ampliar o acesso à saúde pelo interior do país
Vamos falar um pouco sobre as diferenças das estruturas de saúde entre regiões do país. O sistema de saúde pública no Brasil, através do Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta desafios significativos, especialmente em áreas rurais e regiões interioranas. A disponibilidade e o acesso a tecnologias avançadas de imagem, como ressonância magnética e PET scans, são limitados, tornando ainda mais crucial a utilização de tecnologias de exames de imagens consolidadas, como raios-X e tomografias. Estes exames desempenham um papel vital na detecção precoce e no tratamento eficaz de diversas condições médicas, desde fraturas ósseas, de crânio ou AVCs, até doenças pulmonares e abdominais.
Isso acontece pois estes exames são amplamente acessíveis e significativamente mais baratos do que as tecnologias mais avançadas. Em áreas interioranas, onde os recursos financeiros e tecnológicos são limitados, a implementação e manutenção de equipamentos de imagem sofisticados podem ser inviáveis. De acordo com dados do SUS, o custo de um exame de raios-X é, em média, R$ 30,00, enquanto uma tomografia pode variar de R$ 100,00 a R$ 300,00. Em contraste, uma ressonância magnética pode custar entre R$ 800,00 e R$ 1.500,00 por exame, o que torna a utilização de tecnologias consolidadas uma escolha economicamente racional.
E a sua eficácia ainda é comprovada! Apesar de serem tecnologias mais antigas, os exames de raios-X e tomografias continuam a ser ferramentas diagnósticas poderosas. Os raios-X são essenciais para a identificação de fraturas ósseas, infecções pulmonares e algumas condições abdominais. A tomografia, por sua vez, proporciona imagens detalhadas do interior do corpo, sendo crucial para o diagnóstico de tumores, hemorragias internas e doenças complexas como apendicite. Esta tecnologia permite uma avaliação rápida e precisa, fundamental para o tratamento eficaz e a redução de complicações.
No Brasil, devido a suas dimensões continentais e disparidades econômicas quase abissais, vamos perceber esses impactos de maneira muito grande quando analisamos as diferenças na quantidade de exames de imagem por regiões. Analisando os dados do SUS, observamos uma disparidade significativa na quantidade de exames de imagem realizados em grandes centros urbanos comparados às regiões interioranas. Em 2022, foram realizados aproximadamente 12 milhões de exames de raios-X e 5 milhões de tomografias no estado de São Paulo. No mesmo período, estados como Piauí e Tocantins registraram, respectivamente, cerca de 800 mil e 1,2 milhão de raios-X e apenas 300 mil e 450 mil tomografias. Esta disparidade reflete não apenas a concentração de recursos e equipamentos em áreas urbanas, mas também a diferença no acesso e na disponibilidade desses exames em regiões mais remotas.
A limitação no acesso a exames de imagem consolidados nas regiões interioranas impacta diretamente a saúde da população. A falta de diagnósticos precisos e rápidos pode levar ao agravamento de condições médicas, aumentando a morbidade e mortalidade. Por exemplo, a identificação precoce de doenças pulmonares através de raios-X pode prevenir complicações graves e reduzir a necessidade de tratamentos mais intensivos e custosos no futuro. Similarmente, a disponibilidade de tomografias pode auxiliar no diagnóstico precoce de cânceres e outras condições potencialmente fatais, permitindo intervenções médicas mais rápidas e eficazes.
A conclusão é óbvia: os exames de imagem consolidados, como raios-X e tomografias, permanecem essenciais no contexto da saúde pública no Brasil, especialmente em regiões interioranas com recursos escassos. A acessibilidade, o custo-efetividade e a capacidade diagnóstica destas tecnologias tornam-nas ferramentas indispensáveis para o diagnóstico e tratamento de diversas condições médicas. A disparidade na disponibilidade destes exames entre grandes centros urbanos e áreas rurais destaca a necessidade de políticas públicas focadas na distribuição equitativa de recursos de saúde, garantindo que toda a população tenha acesso a cuidados médicos de qualidade. Toda verba destinada para isso sempre será bem-vinda!
Referências
1. Sistema Único de Saúde (SUS): Dados de Produção Ambulatorial. Ministério da Saúde. Disponível em: [https://datasus.saude.gov.br](https://datasus.saude.gov.br).
2. Associação Brasileira de Radiologia (ABR): Custos e Utilização de Exames de Imagem no Brasil. Disponível em: [https://www.abr.org.br](https://www.abr.org.br).
3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Indicadores de Saúde. Disponível em: [https://www.ibge.gov.br](https://www.ibge.gov.br).
(Daurio Speranzini Junior ; Daurio Speranzini Jr ; Daurio Speranzini ; Daurio Speranzini Junior CEO GE ; CEO Daurio Speranzini Junior ; CEO Daurio Speranzini Jr General Electric ; Executivo da GE Daurio Speranzini Jr)