Se esse é um movimento definitivo, a digitalização de imagens radiográficas precisa seguir algumas políticas rígidas e regras específicas
Quero falar um pouco sobre um movimento crescente no mercado brasileiro a respeito da digitalização de imagens radiográficas que, eu vejo, veio para ficar - isso vem ocorrendo impulsionado principalmente pela necessidade de modernização e eficiência nos processos médicos. A transição de filmes físicos para sistemas digitais, nas últimas décadas, trouxe óbvias melhorias no diagnóstico e armazenamento de dados. A adoção de PACS (Picture Archiving and Communication Systems) e RIS (Radiology Information Systems) permite a centralização e o acesso remoto às imagens, otimizando o fluxo de trabalho em clínicas e hospitais.
Entretanto, não podemos esquecer que o custo elevado desses sistemas, aliado às desigualdades nas infraestruturas de saúde ao longo do país, ainda representam grandes obstáculos, especialmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros. Embora os maiores hospitais nas capitais estejam avançados nesse processo, a disparidade tecnológica entre instituições públicas e privadas é uma barreira a ser superada.
Um grande desafio para a digitalização definitiva dos sistemas de imagens radiográficas no Brasil é a infraestrutura tecnológica desigual. Hospitais e clínicas nas grandes cidades estão, obviamente, bem mais preparados para a implementação de soluções digitais, enquanto que regiões remotas enfrentam falta de conectividade, equipamentos obsoletos e dificuldade de manutenção.
Mas há exemplos de sucesso para mitigar cenários como esse em países que a gente nem imagina! Um desses exemplos positivos inusitados vem da Estônia, onde o governo investiu fortemente em infraestrutura digital, permitindo que até mesmo regiões rurais tenham acesso a sistemas de saúde de ponta.
Os altos custos associados à aquisição e manutenção de sistemas de digitalização de imagens radiográficas também são um grande desafio aqui no nosso país. Clínicas pequenas e hospitais públicos têm clara dificuldade para investir nesses sistemas, pois eles demandam não apenas a compra de equipamentos, mas também treinamento especializado para profissionais da saúde. Neste ponto a gente pode se inspirar em países como o Canadá, que tem investido em subsídios governamentais para incentivar a adoção dessas tecnologias. Aqui, uma política de incentivos fiscais e financiamento acessível poderia ser uma solução para democratizar o acesso a essas ferramentas. Parcerias público-privadas também poderiam ser exploradas como alternativa para facilitar nessa transição tecnológica.
O movimento de digitalização de imagens radiográficas exige que os profissionais de saúde estejam capacitados para manusear estas novas tecnologias de forma correta e eficaz. Um desafio no país é a formação de radiologistas e técnicos aptos a operar esses sistemas.
Nos Estados Unidos, muitas universidades já incorporaram o treinamento em sistemas digitais no currículo dos cursos de medicina e radiologia, o que acelera a adaptação ao mercado de trabalho. No Brasil, é fundamental que cursos técnicos e de graduação também acompanhem essa tendência, preparando uma força de trabalho que não apenas utilize, mas maximize o potencial dessas ferramentas para diagnósticos mais rápidos e precisos.
Finalmente, a segurança dos dados precisa também ser uma preocupação na digitalização de imagens radiográficas no Brasil. Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), clínicas e hospitais devem garantir que as informações dos pacientes estejam devidamente protegidas. O uso de sistemas digitais aumenta o risco de violações, especialmente em ambientes com pouca infraestrutura de segurança cibernética.
Na União Europeia, a GDPR impôs padrões rigorosos para proteger dados médicos, criando um ambiente mais seguro para a digitalização. No nosso país, é necessário que as instituições de saúde invistam em criptografia, monitoramento contínuo e políticas claras de governança de dados, garantindo conformidade com a LGPD e proteção aos pacientes.
(Daurio Speranzini Junior ; Daurio Speranzini Jr ; Daurio Speranzini ; Daurio Speranzini Junior CEO GE ; CEO Daurio Speranzini Junior ; CEO Daurio Speranzini Jr General Electric ; Executivo da GE Daurio Speranzini Jr)